"somos consciência, disfarçados de pessoas"
Detenha-se, e observe uma criança a correr atrás de uma bola ( hoje rareiam, relembre-se surgindo a chance). O que vê? Observa acção, presença e compromisso com o Agora. Isto é o que torna o desporto (para o caso, o futebol) uma experiência aglomerante e viciante para as legiões afectas. A hipótese de, durante noventa minutos, sairmos de nós mesmos, entregando-nos a um rol de sentimentos que vão do êxtase, à fúria incontida. Mas e o potencial, a capacidade de saltar etapas temporais qual Dr. Estranho, e envisionar o que poderá valer um atleta, digamos, cinco anos no futuro? Será esse um dos factores que estará a levar à crescente avaliação desmesurada do futebolista actual? Duelar com o que ainda não chegou (nem se sabe se chegará) é um ato de especulação, obrigando a que toda uma estrutura se dedique de alma ao equivalente físico outrora apenas idealizado. Com a preconização chega a ansiedade da prova diária, a frustração aqui e acolá, apenas para ser amenizada ...