Marcel Keizer e a mousse de lima


A mousse de lima é uma sobremesa deliciosa. Nunca encontrei quem afirmasse o contrário. Equitativamente ao seu sabor, a facilidade com que é feita permite que haja sempre uma taça ou duas no frio. Os ingredientes são muito básicos: basta misturar a miscelânea das natas com leite condensado, ao sumo espremido de algumas limas. Após o ácido da lima engrossar um pouco as natas, leva-se ao frio e, uma hora depois, está pronta a ser degustada. A chegada de Marcel Keizer, e a forma como "revolucionou" o jogar leonino, assemelha-se bastante a este pospasto.


As limas são as mesmas da era Peseiro. As natas, essas, passarama ser caseiras, com a emergência da simplicidade de Miguel Luís ou o ácido cítrico nos pés de Jovane. Mas a forma como estão a ser batidas, faz toda a diferença. Além das ideias de Keizer, gosto e relevo, sobretudo, o papel de Diaby, avançado recrutado ao Gent no verão passado. O maliano não faz muitos golos, mas é preponderante na forma ameaçadora como o Sporting sempre parece aproximar-se do reduto último. Envolvente, liberta a equipa para uma forma de estar há muito ansiada por jogadores com a disponibilidade rítmica de Bruno Fernandes ou Wendell, numa dança que espreme cada vez mais as potencialidades de Acuna, um daqueles laterais-faz-tudo, que com a nova liberdade posicional, sempre surge privilegiado para aquecer a cabeça de Dost.



É simples, e toda a gente sai saciada com a taça de mousse de lima de Marcel Keizer.

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