Liga dos Campeões 18/19, fase de grupos - o que foi e o que sobrou

A liga dos milhões é cada vez mais abastada. Dá prémios mais gordos. Só que há gordos a comer, mas também há esfomeados que, com um bocado de sebo a mais, podem começar a chatear a sério aquela elite que, até aqui, se sentia intocável.

E esses prémios tiveram dois impactos. Um dirigido àquelas equipas mais rurais na europa grande, como o Plzen, que acabaram a fase grupos em terceiro, com os mesmos pontos da Roma, num grupo que incluía o Real Madrid e, sobretudo, um CSKA de Moscovo que derrotou os 'merengues' nos dois jogos. O bolo 'uefeiro' foi proveitoso para o papel que o futebol checo quiser ter nos anos seguintes.

Mas quem olha para o Plzen, olha para equipas mais apetrechadas, como o F.C Porto (que até termina este certame com a pontuação mais alta entre todos os grupos), que com este milhões no bolso e depois de vender uma equipa que será (um bocado) desmantelada no próximo verão, se bem aplicado, pode colmatar algumas lacunas que ainda tem. Ou o Ajax, que empatou tanto no Allianz Arena como em Amsterdão, com De Jong, à cabeça, com propostas de transferência já na ordem dos 70 milhões. Espero que sejam reais, e que o Ajax continue a potenciar a sua academia, que nos oferece todas as épocas um banho de sais minerais do jogo. Aquilo sim, é prazer a jogar à bola. É a alma do jogo holandês: meninos, diversão, golos.

Outros dois bons exemplos moraram no grupo F, na minha opinião o mais excitante. Um Lyon, lindíssimo, a dançar à balsa de Assem Aouar, Que jogador está ali. Não é tão requintado como Zidane, mas faz-me lembrar muito o velho 'Buda'. O Hoffenheim, que bloqueou Guardiola logo na primeira jornada e nunca ofereceu um ponto de bandeja nos restantes jogos. Uma palavra para o Shakhtar, de Paulo Fonseca. O futebol da equipa continua bem arquitectado, mas o discurso de Paulo Fonseca começa a entrar um bocado na cabeça dos jogadores. Foram a única equipa completamente enxovalhada pelo Manchester City. Paulo Fonseca esforça-se demasiado por se colar à imagem de grandes treinadores, mas isso só o diminui enquanto Paulo Fonseca, o treinador do Shakhtar. E os jogadores sentem isso.

Quanto aos gordos, tirando o desempenho estelar do Borússia de Dortmund, foi um bocado mais do mesmo. O Real Madrid, que perdeu o único jogador que sabia lidar com aquela malta lá do Bernabéu, realizou uma fase de grupos que, e como dizem 'nuestros hermanos': "para llorar". Que depressão vai por Madrid! O Barcelona, mega-competente; PSG fortíssimo, num grupo onde Liverpool e Nápoles nos mostraram, mais uma vez, que estão guarnecidas daquele material que faz a mitologia daquelas duas cidades há anos. Em Manchester, Pep Gurdiola parece ter conseguido oferecer uma ambição a um 'City' que, até aqui, capitulou nesse capítulo. E aliterações são figuras de estilo que enojam os 'manos' Gallagher, dois sonhadores, que agora vibram ao som de música clássica imperial. Um bom músico é também um bom ouvinte.

Por fim, Juventus e Manchester United. Apurados num grupo onde coabitavam, a Juventus optou por uma gestão competitiva que lhe causou alguns calafrios. Como na recepção a um Manchester United, que foi ao 'Meazza' roubar os três pontos. Tentem acossar Mourinho o quanto (e como) quiserem, mas é inegável que o homem tem uns 'huevos' gigantes. Desgastado, um bocado mais velho, mas o 'velho Zé de Setúbal' continua a fazer os seus manguitos.Dêem-lhe um bocado de oxigénio, e todos voltarão a vibrar com o homem. O futebol precisa das suas personagens principais.

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