Roger Guedes (Atlético Mineiro) - porta aberta para "ir na brasileiragem"

Longe vão os tempos em que comum adepto esperava pelos reforços da sua equipa como quem anda no hipermercado a apalpar um melão. Hoje, o comum adepto é elevado ao papel de apreciador antecipado contando, para o efeito, com a preciosa ajuda dos meios de divulgação amplamente disponibilizados 'online'. É toda uma porta que se abre, depois do advento ultrapassado da cassete VHS, que viajava pelo Atlântico, até ser reproduzida nos gabinetes dos gabinetes de prospecção. Foi desta forma que tomei contacto com Roger Guedes. numa noite de insónias agarrado à 'Libertadores'.

Um diamante em bruto que apareceu, com 16 anos, no Criciúma, assinando um golo logo na sua estreia. Quem estava atento era o Palmeiras, que, depois de adquirir 80% do seu passe (o jogador detém 20%) o escalou consecutivamente para, e aos 20 anos, fazer dupla com Gabriel Jesus, numa sociedade de importância capital para a conquista do 'Brasileirão' em 2016. Atualmente, e depois de múltiplos diferendos com a direção do 'Verdão', encontra-se cedido ao Atlético Mineiro onde tem, modéstia à parte, 'partido a loiça toda'. 

Aproveitando a consistência e organização defensivo emprestada pelo técnico Thiago Larghi ao 'Galo' o futebol de Roger Guedes passou para outra dimensão. Das saídas rápidas do qual era instrumento nos tempos dos Palmeiras (jogando como avançado, mas surgindo, preferencialmente por uma das 'bandas'), passou a habitar toda a amplitude da área contrária, onde tem feito miséria com a sua finta curta e sagacidade na conclusão das jogadas idealizadas pelos seus colegas. Dono de uma capacidade de aceleração desconcertante, é comum ver Roger Guedes um pouco pela totalidade do último terço adversário. Tem registado golos de todos os feitios, com especial apetência para o remate em arco, colocado, ou o desvio à boca da baliza. 

Está a fazer-lhe bem o empréstimo. Sobretudo porque o seu jogo se tornou imensuravelmente mais completo. Passou de um avançado que fugia e arrastava marcações com a sua velocidade e técnica evoluída, para um avançado que sabe aquilo que a equipa precisa e que, obviamente, nem sempre fazem parte dos 'highlights' sobejamente visionados no 'youtube'. 

Esta descrição não é um rótulo de 'compra obrigatória', mas sim uma forma de, a acontecer, quando aterrar num aeroporto luso (a hipótese adensa-se a cada dia), já haverá muito boa gente com a noção que acaba de aterrar em Portugal um menino que tem deixado os observadores do Shakhtar loucos pelo brasileiro. E toda a gente no meio sabe a pontaria que os ucranianos tem para 'ir na brasileiragem'.


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