Corinthians: Tite fez a Europa chegar ao futuro campeão brasileiro sem renunciar às origens

Os jogos do 'Brasileirão' passam a horas impróprias, mas o serviço de gravação agendada que as nossas operadoras de televisão por cabo oferecem, permitem-nos inferir se a reflexão profunda - que uniu técnicos, jogadores e dirigentes - após o descalabro no Mundial caseiro de 2014, surtiu efeito. Escreveu-se que "estava na hora do país do futebol aprender com a Europa". Para uns, foi o mote para consolidar distâncias e evoluir. Fundamentalmente durante a semana, no treino, que é onde a diferença é feita. Para outros, serviu apenas para agigantar o tsunami de indignação daqueles que, como Wanderley Luxemburgo, acham que tem um brilhante futuro atrás dele. Um erro, tal como a história deste campeonato vem provando.

Como demonstrou Tite (é quase campeão), o futuro está à nossa frente. O seu Corinthians está a milhas dos restantes adversários no campeonato brasileiro. A recepção ao Coritiba eclipsou qualquer dúvida sobre a revolução imposta pelo consagrado treinador, colocando-o na linha da frente para inscrever o seu nome no mural daqueles que retiraram as palas a um cavalo que sempre se assumiu como favorito. O Brasil foi redescoberto. Pelos próprios, sem a necessidade de colonizações agressivas.

Eis (alguns) princípios de jogo deste Corinthians:

1 - procurar sempre sair a jogar com a bola controlada desde trás. Para Tite, o que por vezes difere é "o grau de confiança da equipa em sair a jogar". Não é a mesma coisa fazê-lo depois de sofrer um golo após uma perda de bola. Abala a confiança dos jogadores. O entrosamento entre os jogadores escalado para o jogo também é de importância vital. Daí que Danilo, mesmo com os seus 36 anos, raramente não está no onze inicial, unindo-se a Elias, talvez o único jogador do Brasileirão mais rápido que as sombras dos seus marcadores directos (muitas alterações ao onze não é o mais aconselhável quando se practica esta forma arriscada de jogar). Por último, depende da marcação adversária. Sair com a bola controlada desde trás é mais difícil face a um oponente pressionante do que frente a um opositor desleixado nesse departamento. Se nada disto for possível, a equipa deve lutar SEMPRE por uma primeira ou segunda bola.

2 - Recuperar a bola onde a mesma é perdida;



3 - Menos bola longa e mais troca de passes;



António Borges

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