Danilo (Corinthians): quando é o jogador a influenciar o seu treinador
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Discreto, lento, até malandro, é a antítese de tudo o que
encontramos neste Corinthians. Não faz as piscinas de Elias, não tem a
exuberância estética de Vágner Love ou a fibra do prolífico Guerrero, mas tudo
isso perde peso quando se vê um jogo de Danilo. Quando é para colar, a bola
cola. Quando é para soltar, sai com precisão robótica. Já correu as posições
todas na equipa, assumindo-se como a chave de fendas multi-pontas que tanto
jeito dá em alguns momentos da época. Tudo isto pela calada. Sem promessas,
sem o empurrão da imprensa, tão habilidosa a vender futuros como a ocultar as
virtudes dos anti-estrela. Aos 35 anos, comparam-no a Ganso, uma ave que
prometia virar a ampulheta migratória da meia brasileira, tão granítica no
anterior consulado de Dunga. Ao contrário do seu ex-colega Neymar, não haveria
de ser ele a tirar o futebol canarinho da área cinzenta em que se encontrava. Também não será Danilo, mas essa nunca foi a promessa que ele vendeu.
Essa não é a tarefa de Danilo, que continuará a ser aquilo
que um treinador considera mais importante: ajudá-lo a ser melhor. E isso
consegue-se vencendo, porque o bom treinador é aquele que vence. Haverá melhor parceiro de crime que Danilo, titulado com mais de vinte troféus?
António Borges
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